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Resenha Fantasma: Capitão América e o soldado invernal

Saudações tripulantes bandeirosos!

O que você espera de um filme?

Como roteirista eu diria que saber dosar momentos dramáticos e a ação mantém a história andando e o expectador sentado. Já como expectador eu diria: “Algo que valha o ingresso de um cinema”. Num mundo digital onde temos acesso a tudo numa velocidade assustadora é certo que só gastamos com aquilo que realmente gostamos e temos o direito de reclamar de todas as propagandas enganosas, afinal, quase sempre vamos aos cinemas sabendo quase o filme todo.

Fui assistir Capitão América: O soldado invernal e me tornei um leitor de quadrinhos feliz. Após várias aparições do Chris Evans eu FINALMENTE vi o Capitão América na tela. Leio quadrinhos desde os tempos da Bloch editores e reconheci não só o personagem da minha infância como a trama lembrou várias histórias do personagem da época. Até a segunda metade dos anos 70 a S.H.I.E.L.D.não só era presença constante nas histórias do personagem como em muitos momentos os autores o levavam a questionar a América em que vivia e se deveria confiar naqueles que vinha seguindo até então.

E isso o filme fez bem. Lutas bem coreografadas onde se perdeu tempo estudando estilos como o Savate, técnica francesa de boxe com as pernas usada por Batroc e a luta com facas do Soldado Invernal, explosões nos momentos certos, voltas e reviravoltas convincentes e uma caracterização de personagens que mesmo não sendo das melhores também não deixou a desejar. A Viúva Negra por exemplo, poderia ter sido melhor explorada, assim como o relacionamento do Capitão com o Falcão, mas nada que quebrasse sua credibilidade na história, muito pelo contrário, estávamos tão entretidos que até perdemos a noção do tempo. Este filme não só foi tudo que o primeiro ficou devendo como ainda conseguiu mudar o status quo de todo o Universo Marvel com a revelação bombástica que todos que assistiram a série Agents of S.H.I.E.L.D. e leram os sites já sabiam, mas não entendiam como tudo seria ligado. E já que falei do mundo digital, ele foi um importante tema do filme e o projeto desenvolvido pelos vilões da história era uma mistura de Guerra nas Estrelas com o famigerado Prism, que tem gerado uma série de questionamento sobre o quanto estamos sendo vigiados cada vez que ligamos um computador.

O terror nosso de cada dia que a maioria ignora caiu como uma luva num filme que parecia uma versão moderna de velhos sabores. Em muitos momentos lembrei do Rocha Lunar e da Roxxon, empresa corrupta cujo líder supostamente se matou após criar uma rede de intrigas que alcançou altos cargos do governo americano ou da saga: Zona Vermelha em que os Vingadores enfrentaram um Caveira Vermelha disfarçado que havia ocupado um alto cargo no governo. Todos os sites deram spoilers de algo parecido, mas se aconteceu ou não, você não vai saber por aqui. Nem os infortúnios de Nick Fury e a grande mudança de status quo foram uma novidade para o leitor de quadrinhos onde o superagente já foi dado como morto várias vezes, largou a diretoria da agência e criou grupos secretos para investigar os podres da S.H.I.E.L.D., mas sempre voltou para seu lugar de direito. A menos que Samuel L. Jackson não queria voltar para o personagem, o que mudaria os caminhos do personagem nos cinemas.

O  filme é bom e suas consequências serão sentidas tanto na TV quanto nos cinemas. Se você é fã do Universo Marvel dos Cinemas precisa assisti-lo pra entender o que se passa. Se não for, assista porque é bom e parece uma mistura bem dosada de Ultimato Bourne com Super-Heróis. E sim, sempre que possível assista em 3D. A qualidade da imagem está totalmente excelente e a diferença de preço é mínima, o que foi uma grata surpresa pra quem foi esperando pagar mais de R$ 30 por um filme.

Minha única reclamação? Como estamos no outono e tinha tanta coisa acontecendo no filme, infelizmente, o desenvolvimento do Soldado Invernal ficou pra próxima estação.


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